pedágio na rsc-287

Duplicação de Santa Maria a Novo Cabrais não tem mais prazo

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

O projeto de concessão da RSC-287 para instalar pedágios e duplicar os 204 km entre Santa Maria e Tabaí teve uma grande reviravolta. O governo do Estado confirmou que, devido ao aumento do preço do asfalto e à contestação dos estudos de tráfego previsto na rodovia, teve de mudar as previsões para duplicar cada trecho. E a má notícia é que a região de Santa Maria será prejudicada. Informações obtidas com exclusividade pela coluna são de que não há mais prazo definido nem garantia de que seja feita a duplicação dos trechos em área rural entre Santa Maria e Novo Cabrais - na versão original do projeto, de 2019, a previsão era duplicar 80 km entre as duas cidades nos anos 10 e 11 da concessão, o que ocorreria entre 2030 e 2032. Com essa mudança, o governo definiu que eles só serão duplicados quando o tráfego diário atingir 18 mil eixos equivalentes, no chamado Volume Diário Médio de Eixos equivalentes (VDMAeq). Nessa conta, uma carreta com 7 eixos não é contabilizada como um veículo, mas como 7 eixos. Com as mudanças, só está garantida a duplicação de Tabaí até Novo Cabrais.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Agora, as obras aqui na região ficam condicionadas a haver um aumento de tráfego, e não mais a um prazo, como era no projeto inicial. O problema é que, segundo os estudos técnicos que embasaram o projeto da concessão, em Paraíso do Sul havia em 2018 um tráfego de só 9.765 eixos por dia, e a projeção é que o índice de 18 mil só seria atingido em 2031 - só então justificando duplicar o trecho. Mas o secretário estadual de Parcerias, Bruno Vanuzzi, afirmou à coluna que essa projeção de tráfego foi questionada e pode estar "superestimada".

- Esse projeto passou por análise do TCE, Controle Interno, teve uma atualização de tabelas do Daer, e a gente sabe que, desde 2017, teve um aumento de quase 100% do preço do asfalto. Tivemos de fazer uma reprogramação das obras em dois tipos, que são as com datas obrigatórias, e aquelas em que ficaram vinculadas à efetiva demanda. O TCE apontou que o estudo de demanda (tráfego) estava superestimado, havia previsão de demanda acima do padrão que o governo federal vem utilizando e acima do que o Tribunal entendia como uma projeção realista. Então, para não ter o erro de cravar uma data, a gente optou por colocar que a obra acontecerá quando tivermos uma demanda de 18 mil eixos equivalentes por dia em cada um dos subtrechos. Os subtrechos que já estavam saturados (de tráfego) vão ficar com uma data de duplicação predefinida (de Tabaí a Novo Cabrais). Já os trechos de Novo Cabrais, Paraíso do Sul e Santa Maria vai ficar condicionados a quando houver a demanda (tráfego) efetiva, pois há trechos em que o número de veículos é muito inferior. Um dos principais objetivos é que não existam gargalos na rodovia. Então, atingindo os 18 mil eixos/dia, duplica aquele subtrecho - diz Vanuzzi.

Março começa com sol e calor em Santa Maria

Outra mudança é que a duplicação de 1,5 km do trecho urbano de Santa Maria, do trevo do aeroporto em direção à Base Aérea, foi antecipada do 5º para o 4º ano da concessão. O secretário diz que a cobrança de pedágios nas três novas praças só começará quando toda a rodovia estiver recuperada, um ano após o início da concessão.

- Em não havendo a duplicação (dos trechos rurais entre Santa Maria e Novo Cabrais), tem as melhorias de serviços iniciais, tem a restauração completa da rodovia já no primeiro e segundo ano (da concessão), além da melhoria da sinalização, de rótulas de acesso. Podem ficar tranquilos que não vai ser serviço como ocorre hoje na 287 (trecho da EGR), vai ficar mais parecido com o que é feito na BR-386. - afirmou Vanuzzi, citando que o preço máximo da tarifa ainda está sendo recalculado (era de R$ 5,93 no projeto inicial, mas pode baixar no leilão).

A previsão é que o edital saia em maio, e o leilão, em agosto, com início da concessão em novembro de 2020.

O QUE EMBASOU A DECISÃO 
Com base nos estudos da RSC-287, veja qual era o tráfego em 2018 (em volume diário médio de eixos, o VDMAeq), em que ano estava previsto atingir o VDMAeq 18 mil (necessário para duplicar o trecho) e qual o tráfego estimado para 2031.


VDMAeq em 2018 Ano que terá VDMAeq 18.000VDMAeq previsto em 2031
Praça 1 (será feita no km 47, em Tabaí)11.621Em 2031 chegará a 18.730
18.730
Praça 2 (já existe, no km 86, em Venâncio Aires)18.159Em 2018 atingiu 18.159 36.477
Praça 3 (já existe, no km 131, em Candelária)11.489Em 2023 chegará a 18.849 25.045
Praça 4 (será feita no km 177, em Paraíso do Sul9.765Em 2031 atingirá 18.331 18.331
Praça 5 (será feita no km 214, perto do trevo do Santuário)11.738Em 2030 atingirá 18.666 19.545

OUTRA PERDA PARA A REGIÃO
Fica claro que o Estado fez essas mudanças devido ao aumento de 100% no preço do asfalto porque, se mantivesse a exigência da duplicação total dos 204 km, ou a tarifa de pedágio subiria muito, ou nenhuma empresa iria se interessar na concessão. Fica o prejuízo para a região, que não tem prazo para ver a duplicação. O alento é que, na viagem à Capital, teremos pista duplicada a partir de Novo Cabrais, mas só a partir de 2030. Já tínhamos perdido a duplicação da Faixa Nova, e agora podemos ficar sem pista duplicada até Novo Cabrais, o que é outro baque.

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